CAPÍTULO 1 - DEFINIÇÕES (Phaladīpikā de Mantreśvara)

 ADHYĀYA I – Definições (Phaladīpikā de Mantreśvara)


Śloka 1 – Que nós possamos ser abençoados com beatitude sem fim por Aquela Suprema Realidade – a única luz celestial sem um segundo (Sūrya), que quando uma vez acima do horizonte, permanece até o fim, avistado plenamente na habitação dos Manas [1] de Candra, na habitação dos Polos celestiais e na habitação da Terra dos mortais, pois (ou seja, o qual tem para estes seres a medida de um arco diurno) a metade de um mês sinódico lunar, metade de um ano solar e um dia inteiro de um nycthemeron [2], respectivamente, e que algumas vezes (a ele, com a declinação norte sob o céu polar norte) é dextral [3] (ou seja, move-se sobre os almucantars [4] da esquerda para a direita), e algumas vezes (a ele, com a declinação sul sob o céu polar sul), sinistral (ou seja, move-se sobre os almucantars da direita para a esquerda).

Śloka 2 – Eu, o astrólogo Mantreśvara, primeiramente presto minhas respeitosas reverências a Sarasvatī – a Musa do Aprendizado, a minha divindade da família, aos meus pais e aos professores, aos nove planetas, iniciando com Sūrya, o qual confere onisciência (ou seja, conhecimento do passado, presente e futuro), a Gaṇeśa, à corte de divindades do Senhor Śiva, e, acima de tudo, a Śiva, o Supremo, e, então, continuo a dar aqui, para o deleite dos astrólogos, um conceito muito límpido do ensinamento de Atri, Parāśara e do restante, sob o título de Phaladīpikā (= Luz sobre os Apotelesmáticos).

Śloka 3 – O exato momento do nascimento de uma pessoa com o real número dos Vighaṭikās [5] decorridos como revelado pela medida do pé ou pela sombra gnômica [6] e outros instrumentos, devem ser primeiramente acertados. Em seguida, as posições dos planetas coincidentes com a observação devem ser estabelecidas com a ajuda dos instrumentos matemáticos (recursos). Então, os Bhāvas e a força dos planetas devem ser investigados e, através deles, deve ser julgado.

KĀLA PURUṢA

Śloka 4 – As partes do corpo da pessoa (kāla) iniciando com o Lagna são, respectivamente, (1) a cabeça, (2) a face, (3) o peito, (4) o coração, (5) a barriga, (6) o quadril, (7) a virilha, (8) as partes privadas, (9) as duas coxas, (10) os dois joelhos, (11) as duas panturrilhas e (12) os dois pés. A porção final das Rāśis, Vṛścika (Escorpião), Mīna (Peixes) e Karkaṭa (Câncer) é chamada Bhasaṃdhi [7] ou Ṛkṣasaṃdhi [8]. Outros aplicam este termo para a última porção de todas as Rāśis.

AS MORADAS DOS NAVAGRAHAS

Śloka 5 – As moradas dos 12 Rāśis, de Meṣa em diante, são, respectivamente, (1) floresta, (2) um campo sob água [9], (3) um quarto, (4) um abismo com água nele [10], (5) uma montanha, (6) uma terra com água e milho, (7) o Bhāva de um Vaiśya [11], (8) um buraco ou cavidade, (9) a residência do rei, (10) floresta com água em abundância, (11) um local frequentado por oleiros, e (12) água. [12]

AS REGÊNCIAS DOS NAVAGRAHAS

Śloka 6 – Maṅgala, Śukra, Budha, Candra, Sūrya, Budha, Śukra, Maṅgala, Bṛhaspati, Śani, Śani e Bṛhaspati são, respectivamente, os Senhores das Rāśis de Meṣa em diante. Meṣa (para Sūrya), Vṛṣabha (para Candra), Makara (para Maṅgala), Kanyā (para Budha), Karkaṭa (para Bṛhaspati), Mīna (para Śukra) e Tulā (para Śani) são as Rāśis de exaltação dos sete planetas de Sūrya em diante, respectivamente. As Rāśis de ‘queda’ são o 7º das Rāśis de exaltação. A mais elevada exaltação e a mais elevada queda dos planetas a partir de Sūrya são a 10°, 3°, 28°, 15°, 5°, 27° e 20° graus das Rāśis principais. [13]

AS DIGNIDADES DOS NAVAGRAHAS

Śloka 7 – SiṃhaVṛṣabhaMeṣaKanyāDhanusTulā e Kumbha são as Rāśis de Mūlatrikoṇa (primeiro triangular) dos planetas de Sūrya em diante. Os primeiros 20° de Siṃha, os últimos 27° de Vṛṣabha (27° depois do grau de exaltação mais elevado), os primeiros 12° de Meṣa, os 5° seguintes à exaltação mais elevada de Budha em Kanyā (ou seja, 16° a 20°), os primeiros 10° em Dhanus, os primeiros 5° em Tulā e os primeiros 20° de Kumbha formam, respectivamente, as porções do Mūlatrikoṇa dos 7 planetas de Sūrya em diante. A primeira metade de DhanusKanyāMithunaKumbha e Tulā são Rāśis bípedes ou também chamadas humanas. Vṛścika é um (kīṭa = réptil) ou Rāśi centopeia; Karkaṭa, a última metade de Makara e Mīna são Rāśis aquáticas. O restante, ou seja, MeṣaVṛṣabhaSiṃhaDhanus (última metade) e Makara (primeira metade) são Rāśis quadrúpedes. [14]

AS ELEVAÇÕES DOS NAVAGRAHAS

Śloka 8 – As Rāśis VṛṣabhaKarkaṭaDhanusMeṣa e Makara se elevam com as costas (Pṛṣṭhodaya). Mithuna e Mīna são Ubhayodaya. O restante aparece com suas faces e são denominadas Rāśis Śīrṣodaya [15]. As Rāśis Pṛṣṭhodaya e Mithuna pertencem a Candra e são denominadas Rāśis noturnas. As outras seis pertencem a Sūrya e são denominadas Rāśis diurnas [16]. As quatro Rāśis contadas da última Rāśi passada (esquerda) por Sūrya, estão na ordem denominada (1) Ūrdhva [17], ou ‘tendendo para cima’; (2) Adhaḥ [18], ‘por baixo’; (3) Sama [19], ‘mesmo nível’; (4) Vakra [20] – ‘dobrado ou torto’. A mesma ordem é válida no caso das outras 8 Rāśis.

SIGNOS MÓVEIS, FIXOS E DUAIS, DIREÇÃO GOVERNADA PELOS NAVAGRAHAS

Śloka 9 – As Rāśis a partir de Meṣa [21] e nesta ordem são (1) CaraRāśis móveis ou cardinais; SthiraRāśis fixas; e DvisvabhāvaRāśis duais, mutáveis ou comuns; (2) Dvāra, entrada/portão; Bahiḥ, externos; e Garbha, internos; (3) Dhātu, ou mineral; Mūla, vegetal; e Jīva, animal; (4) Krūra, ou feroz; e Saumya, auspicioso; (5) ímpar e par; e (6) masculino e feminino. MeṣaVṛṣabhaMithuna e Karkaṭa com seus Trikoṇas ou Rāśis triangulares representam os quatro quadrantes, começando do Leste. Os Bhāvas a partir do 7º representam os membros do lado esquerdo do Kālapuruṣa, enquanto que os outros seis Bhāvas (ou seja, contados a partir do Lagna), representam o lado direito.

NOMES E ÁREAS PARA CADA CASA ZODIACAL

Śloka 10 – LagnaHorāDehaUdayaRūpaŚīrṣaVartamāna (existência) e Janma são os nomes do Ascendente, ou do primeiro Bhāva [22]. Vitta (riqueza), Vidyā (aprendizado), SvaAnnapāna (riquezas de alimento e bebida), Bhukti (alimentação), o olho direito (Dakṣiṇākṣi), face (Āsya), carta ou documento (Patrikā), discurso (Vāk) e Kuṭumba, são denominações que indicam o 2º Bhāva [23].

Śloka 11–12 – DuṣcikyaŪras (peito), o ouvido direito, braço, coragem, valor, proeza e irmãos são as designações do 3º Bhāva. [24] Bhāva, terra, tio materno, sobrinho, uma relação, um amigo, veículo, mãe, reinado, vaca, búfalo, perfume, roupas, ornamentos, o nadir (ponto mais baixo), HibukaSukha (felicidade), água, ponte e rio são os termos para indicar ao 4º [25] BhāvaRājaṅka (marca do soberano), um ministro, Kara (imposto, mão ou pedágio), Ātman, inteligência, Dhi, conhecimento do futuro, ĀyuṣSūta (filho), Jaṭhara (barriga), Śruti (textos revelados como os Vedas), e Smṛti (os demais textos tradicionais transmitidos pelos sábios, também significa a memória, o que é lembrado) são os nomes do 5º Bhāva. [26]

Śloka 13Ṛṇa (débito), Astra (armas), Cora (ladrão), Kṣata (ferimentos), Roga (doença), Śatru (inimigo), Jñāti (relação paterna), Aji (batalha), Duṣkṛtya (um ato perverso), Agha (pecado), Bhīti (medo) e Avajñā (humilhação) são os nomes dados ao 6º Bhāva. [27] Jāmitra, Cittottha (desejo), Mada (paixão), Asta (estabelecido), Kāma (desejo), Dyūna, Advan (um caminho ou estrada), Loka (povo), Pati (marido), Mārga (caminho) e Bhāryā (esposa) são as designações do 7º Bhāva. [28]

Śloka 14 – Maṅgalya, Randhra, Malina, Ādhi (dor mental), Parābhava (derrota ou insulto), Āyuṣ, Kleśa (tristeza), Apavāda (culpa ou censura), Maraṇa (morte), Aśuci (impureza), Vighna (obstáculo ou impedimento) e Daśā (servidão) são os termos dados ao 8º Bhāva. [29] Ācārya (preceptor), Daivata (divindade), Pitṛ (pai), Śubha (qualquer coisa auspiciosa), Pūrvabhāgya (sorte anterior), Pūjā (culto), Tapaḥ (penitência), Sukṛta (virtude ou mérito religioso, um ato bom ou virtuoso), Pautra (neto), Japa (oração, louvor) e Āryavaṃśa (família nobre) são os nomes do 9º Bhāva. [30]

Śloka 15 – Os termos dados ao 10º [31] Bhāva são Vyāpāra (comércio), Āspada (posição social ou lugar), Māna (honra), Karma (ocupação), Jaya (sucesso), Sat (benefício), Kīrti (fama), Kratu (sacrifício), Jīvana (subsistência ou profissão), Vyoma (céu ou zênite), Ācāra (boa conduta), Guṇa (qualidade), Pravṛtti (inclinação), Gamana (andar, marcha, atitude, modo de andar), Ājñā (comando) e Meṣūraṇa. Lābha (ganho), Āya (rendimento, receita, salário), Āgama (aquisição), Āpti (ganhos), Siddhi (realização, cumprimento), Vibhava (riqueza), Prāpti (lucro), Bhāva, Ślāghyatā (veneração, louvor), irmãos e irmãs mais velhos, ouvido esquerdo, Sārasa (qualquer coisa suculenta), e (ouvir de algumas pessoas) novidades agradáveis são as expressões para o 11º Bhāva. [32]

Śloka 16 – As designações usadas para o 12º Bhāva [33] são Duḥkha (miséria), Aṅghri (perna), Vāma-nayana (olho esquerdo), Kṣaya (perda, declínio), Sūcaka (um contador de histórias, um espião), Antya (fim, conclusão), Daridrya (pobreza), Pāpa (pecado), Śayana (cama), Vyaya, Ṛpa e Bandha (aprisionamento). Assim foram declarados os nomes dos 12 Bhāvas. O 3º, 6º, 12º e 8º Bhāvas são denominados Līna-sthānas (Bhāvas ocultos). [34]

CLASSIFICAÇÃO CONJUNTA DE CASA ZODIACAL

Śloka 17 – Os 6º, 12º e 8º Bhāvas são conhecidos como Duṣṭhānas, ou Bhāvas maléficos. O restante é denominado Bhāvas benéficos e serão propícios ao nativo. O 1º, 10º, 7º e 4º Bhāvas são conhecidos como Kendra, Kaṇṭaka e Catuṣṭaya. [35]

Śloka 18 – Os Bhāvas juntos dos Kendras, ou seja, o 2º, 5º, 8º e 11º são conhecidos como Pañaphara. O 3º, 6º, 9º e 12º são Apoklima. O 4º e 8º são Caturaśra. O 10º, 3º, 6º e 11º Bhāvas são chamados Upacaya; o 9º e 5º são conhecidos como Trikoṇa, ou Bhāvas triangulares, e estes são auspiciosos. [36]

_________________________________________________________

[1] Manas – mente, intelecto, inteligência, compreensão, percepção, sentido, consciência. 

[2] Nycthemeron – do Grego νυχθήμερον, das palavras nycht- "noite" e hemera "dia, diurno", é um período de 24 Horās consecutivas. Algumas vezes é usada, especialmente na literatura técnica, desprovida de ambiguidade e como significado ao termo dia. É o período de tempo que um calendário normalmente classifica com uma data. 

[3] Dextral e Sinistral – são termos científicos que descrevem quiralidade (lateralidade), ou direção relativa em várias disciplinas. Os termos são derivados das palavras em Latim para “esquerda” (sinister) e “direita” (dexter). 

[4] Almucantar – é um círculo sobre a esfera celestial paralelo ao horizonte. Duas estrelas que repousam sobre o mesmo almucantar têm a mesma altitude. O termo foi introduzido na astronomia europeia pelo astrônomo Hermann Contractus de Reichenau, da palavra árabe al-muqanṭarāt, significando “torto, semelhante a um arco”. 

[5] Vighaṭikā – do sânscrito विघटिका, uma medida de tempo. O prefixo “vi”, “a menor” + ghaṭikā “medida de tempo”. 1 dia tem 24 Horās, 24 Horās são 60 ghaṭikās, e 60 ghaṭikās têm 3.600 Vighaṭikās

[6] Gnômon – ou gnómon, é a parte do relógio solar que projeta a sombra. A projeção gnômica é a projeção de uma esfera sobre um plano tangente a partir de seu centro. De acordo com Favorino (Diógenes Laércio), Anaximandro de Mileto (filósofo pré-socrático, político, astrônomo, matemático e geógrafo, que viveu entre 610–547 a.C., discípulo de Tales de Mileto) foi o inventor do gnômon. Entretanto, de acordo com Heródoto (filósofo e historiador grego nascido no século V a.C. – provavelmente entre 485–420 a.C.), os gregos adquiriram dos babilônios o conhecimento da esfera celeste, do gnômon e das 12 partes do dia. 

[7] Bhasaṃdhi – do sânscrito bha-saṃdhi, m. Ponto de junção do asterismo, os últimos graus dos Nakṣatras Āśleṣā (em Karkaṭa), Jyeṣṭhā (em Vṛścika) e Revatī (em Mīna); também chamado Gandānta

[8] Ṛkṣasaṃdhi – junção das palavras ṛkṣa + saṃdhiṚkṣa, dentre seus vários significados, indica uma estrela, constelação, mansão lunar, ou a 12ª parte da eclíptica, enquanto saṃdhi significa junção, união. Indica a transição entre as porções finais dessas Rāśis mencionadas no texto e o início da próxima; também chamado Gandānta

[9] Do inglês meadow = prado; mas um campo submerso em água é um mangue, não um prado. 

[10] Do inglês chasm = abismo, lacuna, vazio. Pode ser interpretado como um lago profundo cheio de água. 

[11] Vaiśya – do sânscrito वैश्यvaiśya, m. Um homem que se instala no solo, um camponês, agricultor, homem da terceira casta, cujo meio de subsistência é o comércio e a agricultura. No texto, refere-se à terceira casta do sistema de varṇa da Índia.


RĀŚI
KALA
MORADA [12]
SENHORES [13]
Meṣa
Áries
Cabeça
Floresta
Maṅgala
Vṛṣa
Touro
Face
Mangue
Śukra
Mithuna
Gêmeos
Peito
Quarto
Budha
Karkaṭa
Câncer
Coração
Abismo com água
Candra
Siṃha
Leão
Barriga
Montanha
Sūrya
Kanyā
Virgem
Quadril
Terra com água e milho
Budha
Tulā
Libra
Virilha
Casa de um Vaiśya
Śukra
Vṛścika
Escorpião
Partes íntimas
Buraco
Maṅgala
Dhanu
Sagitário
Coxas
Residência do rei
Bṛhaspati
Makara
Capricórnio
Joelhos
Floresta com água abundante
Śani
Kumbha
Aquário
Panturrilhas
Olaria
Śani
Mīna
Peixes
Pés
Água
Bṛhaspati


GRAHA
GOVERNANTE DA RĀŚI
EXALTAÇÃO NA RĀŚI [13]
DEBILIDADE DA RĀŚI  [14]
MOOLATRIKOṆA


(maior exaltação)
(menor debilidade)

Sūrya
Leão
Áries (10°)
Libra (10°)
Leão (20°)
Candra
Cân
Touro (3°)
Escorpião (3°)
Touro (27°)
Maṅgala
Ári e Esc
Capricórnio (28°)
Câncer (28°)
Áries (12°)
Budha
Gêm e Vir
Virgem (15°)
Peixes (15°)
Virgem (16° a 20°)
Bṛhaspati
Sag e Pei
Câncer (5°)
Capricórnio (5°)
Sagitário (10°)
Śukra
Tou e Lib
Peixes (27°)
Virgem (27°)
Libra (5°)
Śani
Cap e Aqu
Libra (20°)
Áries (20°)
Aquário (20°)
Rāhu
Aqu
Gêmeos
Sagitário
Virgem
Ketu
Esc
Sagitário
Gêmeos
Peixes







Bípedes [14]
1º metade de Sagitário, de Virgem, de Gêmeos, de Aquário e de Libra
Répteis
Escorpião
Aquáticos
Câncer, última metade de Capricórnio e de Peixes
Quadrúpedes
Áries, Touro, Leão, Sagitário (última metade) e Capricórnio (1º metade)


Pṛṣṭhodaya  [15]
Ubhayodaya
Sīrshodaya
Diurnas
Noturnas
Costas
Ambos
Faces
(Sūrya)
(Candra)
Touro
Gêmeos
Leão
Leão
Áries
Câncer
Peixes
Virgem
Virgem
Touro
Sagitário

Libra
Libra
Gêmeos
Áries

Escorpião
Escorpião
Câncer
Capricórnio

Aquário
Aquário
Sagitário



Peixes
Capricórnio

 [17] Ūrdhva – do sânscrito ऊर्ध्वūrdhva. Elevando ou se estendendo para cima; erguido, de pé, alto, acima; a partir de um momento, após um evento etc. Também citadas como Ūrdhva-mukha Rāśi, são conhecidas como as Rāśis em que Sūrya acabou de passar através delas (olhando para cima). 

[18] Adhaḥ – do sânscrito अधःadhaḥ. Deriva de ādhāra, abaixo, em baixo; a região inferior. Também citadas como Adho-mukha Rāśi, ou a Rāśi em que Sūrya está posicionado nela (olhando para baixo). 

[19] Sama – do sânscrito समsama. Provavelmente originalmente idêntico a samāna, igual, paralelo, semelhante, constante, inalterável, tendo a medida correta, normal, justa, completa, inteira, etc. [20] Vakra – do sânscrito वक्रvakra. Dobrado, torto, curvado. Algo hostil, maléfico, inauspicioso; o planeta Maṅgala; o planeta Śani; o aparente movimento retrógrado de um planeta; variação no curso de Budha



Rāśis e suas Qualidades [21]
Sexo
Lado (*)
Meṣa
Móveis, cardinais
Portão
Mineral
Feroz
Ímpar
Masculino
Direito
Vṛṣa
Fixos
Externo
Vegetal
Auspicioso
Par
Feminino
Direito
Mithuna
Duais, mutáveis, comuns
Interno
Animal
Feroz
Ímpar
Masculino
Direito
Karkaṭa
Móveis, cardinais
Portão
Mineral
Auspicioso
Par
Feminino
Direito
Siṃha
Fixos
Externo
Vegetal
Feroz
Ímpar
Masculino
Direito
Kanyā
Duais, mutáveis, comuns
Interno
Animal
Auspicioso
Par
Feminino
Direito
Tulā
Móveis, cardinais
Portão
Mineral
Feroz
Ímpar
Masculino
Esquerdo
Vṛścika
Fixos
Externo
Vegetal
Auspicioso
Par
Feminino
Esquerdo
Dhanu
Duais, mutáveis, comuns
Interno
Animal
Feroz
Ímpar
Masculino
Esquerdo
Makara
Móveis, cardinais
Portão
Mineral
Auspicioso
Par
Feminino
Esquerdo
Kumbha
Fixos
Externo
Vegetal
Feroz
Ímpar
Masculino
Esquerdo
Mīna
Duais, mutáveis, comuns
Interno
Animal
Auspicioso
Par
Feminino
Esquerdo
(*) O lado do corpo do Kālapuruṣa está condicionado às Bhāvas, não aas Rāśis .


[22] Lagna, o primeiro Bhāva astrológico; Horā, divisão horária; Deha, o corpo físico; Udaya, aquilo que surge; Rūpa, a forma física; Śīrṣa, o que se eleva; Vartamāna, a existência física; Janma, o nascimento. 

[23] Vitta, riqueza; Vidyā, aprendizado, conhecimento; Sva, usado em pronomes possessivos; Bhukti, o alimento; Dakṣiṇākṣi, olho direito (composição de dakṣiṇa “direito” + akṣi “olho”); Āsya, carta ou documento, mas sobretudo o órgão pelo qual se profere o discurso, os sons; Patrikā, documento, carta, recipiente; Vāk, discurso, fala; e Kuṭumba, família, 2ª mansão astrológica, descendência, seja por casamento (lado materno) ou por progênie. 

[24–28] Vide tabela.



Bhāvas
Outros Nomes e Seus Significados
1
Lagna (1º bhāva), Horā (Horā), Deha (corpo), Udaya (que surge), Rupa (forma), Sīrsha (o que se eleva), Vartamana (existência) e Janma (nascimento).
2
Vitta (riqueza), Vidya (aprendizado), Swa, Annapana (riquezas de alimento e bebida), Bhukti (alimentação), o olho direito (Dakshakshi), face (Asya), carta ou documento (Patrika), discurso (Vak) e Kutumba
3
Duschikya (não encontrei referencias), Uras (peito, tórax, seios).
4
Hibuka (pātāla, nadir, o 4º Bhāva), Sukha (felicidade).
5
Rajanka (o 5º Bhāva), Kara (imposto, tributo), Ātman [referente a ātma(?)], Dhi (deleite, prazer), Asu (destilar), Suta (extraído), Jatara (sem referências), Śruti (cânone hindu que abarca as Upanishads e os 4 vedas), Smṛiti (textos hindus sobre leis, historias, escrituras, provérbios, doutrinas e filosofias).
6
Riṇa (débito), Astra (braços), Chora (ladrão), Kṣata (ferimentos), Roga (doença), Śatru (inimigo), Jnāti (relação paterna), Aji (batalha), Duskṛtiya (um ato perverso), Agha (pecado), Bheeti (medo) e Avajña (humilhação).
7
Jāmitra, Chittottha (desejo), Mada (paixão), Asta (estabelecido), Kama (desejo), Dyuna, Advan (um caminho ou estrada), Loka (povo), Pati (marido), Marga (caminho) e Bharya (esposa).
8
Maṅgalya, Randhra, Malina, Adhi (dor mental), Parabhava (derrota ou insulto), Ayus, Klesa (tristeza), Apavada (culpa ou censura), Māraṇa (morte), Asuchi (impureza), Vighna (obstáculo ou impedimento) e Daśā (servidão).
9
Acārya (preceptor), Daivata (divindade), Pitru (pai), Subha (qualquer coisa auspiciosa), Pūrva bhāgya (sorte anterior), Puja (culto), Tapas (penitência), Sukruta (virtude ou mérito religioso, um ato bom ou virtuoso), Pautra (neto), Japa (oração, louvor) e Aryavāṃśa (família nobre).
10
Vyapara (comércio), Aspada (posição social ou lugar), Mana (honra), Karma (ocupação), Jaya (sucesso), Sat (benefício), Kirti (fama), Kratu (sacrifício), Jīvana (subsistência ou profissão), Vyoma (céu ou zênite), Achara (boa conduta), Guna (qualidade), Pravṛtti (inclinação), Gamana (andar, marcha, atitude, modo de andar), Ājña (comando) e Meṣūraṇa
11
Labha (ganho), Aya (rendimento, receita, salário), Āgama (aquisição), Apthi (ganhos), Siddhi (realização, cumprimento), Vibhava (riqueza), Prapthi (lucro), Bhava, Slaghyata (veneração, louvor), irmãos e irmãs mais velhos, ouvido esquerdo, Sarasa (qualquer coisa suculenta)
12
Duḥkha (miséria), Anghri (perna), Vāma Nayana (olho esquerdo), Kṣaya (perda, declínio), Suchaka (um contador de histórias, um espião), Anthya (passado), Daridra (pobreza), Papa (pecado), Sayana (cama), Vyaya, Ripha e Bandha (aprisionamento)


[29-33] – vide tabela na página anterior
[34-36] – vide tabela no fim desta página

Nome
Bhāvas


Leena Stthanas (Bhāvas ocultos)
3º,6º,12º,8º
Dussthanas (maléficos)
8º, 6º, 12º
Benéficos
1º,2º,3º,4º,5º,7º,9º,10º,11º
Kendra, Kantaka, Chatustaya
1º,4º,7º,10º
Panaphara
2º,5º,8º,11º
Apoklimas
3º,6º,9º,12º
Chaturasra
4º,8º
Upachaya
10º,3º,6º,11º
Trikoṇas (triangulares)
5º,9º



Assim termina o primeiro Adhyāya sobre Definições” no trabalho de Phaladīpikā, composto por Mantreśvara.

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