Adhyāya XIII – Duração da Vida
Śloka 1 – A primeira coisa que deve ser feita pelos mais velhos quando um filho nasce é determinar a longevidade ou o contrário e, em seguida, somente os outros efeitos. Se a natividade encontrada possui também alguns méritos, eles devem ser investigados com a ajuda de pessoas proficientes na ciência da astrologia.
Śloka 2 – Com relação à correta determinação do Lagna do nascimento, alguns são da opinião de que ele é o momento do Ādhāna, ou concepção; outros dizem que ele é o momento quando a cabeça (da criança) emerge; alguns outros dizem que ele é o momento quando a criança toca o chão; enquanto que outros experientes na astrologia asseguram que é o momento quando a criança está completamente separada do útero da mãe.
Śloka 3 – No caso das criaturas vivíparas, não é possível determinar o período de vida dentro dos primeiros doze anos. Em consequência dos atos pecaminosos dos pais (quer neste ou em nascimentos anteriores), a criança encontra com a destruição sendo capturada por demônios chamados Bālagrahas.
Śloka 4 – Se a criança morre nos primeiros quatro anos, é devido aos pecados da mãe. Se no meio dos quatro anos, é devido aos pecados acumulados de seu pai. Se ela encontra a morte nos últimos 4 anos, deve-se aos seus próprios pecados (em nascimentos anteriores).
Śloka 5 – Para afastar os efeitos maléficos anunciados acima, o pai deve organizar a realização de ritos religiosos precedidos pelos encantamentos de Mantra-s e oferecer oblações pela colocação de ghee em fogo consagrado sobre cada aniversário do filho até os 12 anos; completando isto com tratamentos médicos adequados e semelhantes, a vida da criança deve ser estimulada e a criança protegida.
Śloka 6 – Os primeiros oito anos da vida de um homem constituem o período do Bālāriṣṭa – males que afligem a criança. Até o 20º ano, dizem, é o período Yogāriṣṭa – males trazidos pelas conjunções planetárias. Chama-se Alpāyus o curto espaço de vida quando o período se estende até os 32 anos. Chama-se Madhyamāyus, ou meia-idade, quando o período de vida se estende até os 70 anos. É chamado Pūrṇāyus quando o período de vida se estende a 100 anos.
Śloka 7 – Cem anos são geralmente contados como o período de vida para um ser humano. A divisão deste período em três porções constitui, respectivamente, os períodos de vida curta, idade mediana e vida longa, e é reconhecida universalmente.
Śloka 8 – Se um nascimento ocorre em qualquer dos Yoga-s maléficos, isto é, (1) Dinamṛtyu; (2) Dinaroga; ou (3) Viṣaghaṭikākāla, a criança morrerá brevemente. Se houver um nascimento quando Candra estiver nos asterismos (Nakṣatras) (1) Puṣya; (2) Pūrvāṣāḍhā; e (3) Citrā, a morte do pai, da mãe, da criança ou do tio materno, respectivamente, deve ser predita conforme Candra estiver estacionada no 1º, 2º, 3º ou 4º quadrante (pādas) de qualquer uma destas estrelas naquele momento. Se um nascimento ocorre quando Candra estiver em Mūla e se o Lagna não tiver qualquer conexão com qualquer um dos planetas benéficos, quer por ocupação quer por aspecto, a destruição, respectivamente, do pai, da mãe ou da própria família deve ser esperada conforme Candra estiver no 1º, 2º ou 3º pāda. Mas se o nascimento for quando Candra estiver no 4º quadrante de Mūla, haverá prosperidade e riqueza. No caso de Āśleṣā, o resultado é invertido.
Dinamṛtyu e Dinaroga são assim designados no Kālaprakāśikā:
O 1º quadrante de Dhaniṣṭhā e Hasta; o 2º quadrante de Viśākhā e Ārdrā; o 3º quadrante de Uttara Bhādrapadā e Āśleṣā; e o 4º quadrante de Bharaṇī e Mūla são denominados Dinamṛtyu e outros Yoga-s maléficos poderosos somente se ocorrerem durante o dia.
O 1º quadrante de Āśleṣā e Uttara Bhādrapadā; o 2º quadrante de Bharaṇī e de Mūla; o 3º quadrante de Uttara Phālgunī e de Śravaṇa; e o 4º quadrante de Svātī e Mṛgāśirṣā são conhecidos como Dinaroga, cuja influência maléfica existe somente se ocorrerem durante o dia. Estes dois, ou seja, Dinamṛtyu e Dinaroga são, contudo, desprovidos do mal se eles ocorrem durante a noite.
Para o Viṣaghaṭikā, veja V-112, p. 293.
Śloka 9 – Se um nascimento acontece no extremo final de uma Rāśi que é ocupada por, ou associada com, ou aspectada por um planeta maléfico, a criança certamente encontrará sua morte em breve. Se o nascimento estiver em um Gaṇḍānta, o pai, a mãe ou a criança morrerá. Se a criança sobreviver, contudo, ela se tornará rei. Se o nascimento se dá na junção de qualquer um dos quatro cantos com a Yuti de, ou em aspecto por, um maléfico, a morte da criança acontecerá brevemente. Este mesmo resultado acontecerá se Candra, ao nascimento, alcançar o grau fatídico em qualquer Rāśi (veja o śloka seguinte) e ao mesmo tempo estiver posicionada em um Kendra ou no 8º Bhāva.
Śloka 10 – Se os graus alcançados por Candra em Meṣa e nas demais Rāśis forem, respectivamente: 26, 12, 13, 25, 24, 11, 26, 14, 13, 25, 5 e 12, eles indicarão morte. (Veja também a página 38).
Śloka 11 – Os seguintes também são, respectivamente, considerados por outros como Mṛtyubhāga-s, ou graus fatais nas principais Rāśi-s a partir de Meṣa em diante: 8, 9, 22, 25, 14, 4, 23, 18, 20, 21 e 10.
Lagna drekkāṇa Rāśi | Candra drekkāṇa Rāśi |
Lagneśa Navāṁśa Rāśi | Candreśa Navāṁśa Rāśi |
Lagneśa Dvādaśāṁśa | Candreśa Dvādaśāṁśa |
Rāśi | Rāśi |
Cara | Cara | Dīrgha |
Cara | Sthira | Madhya |
Cara | Ubhaya | Alpa |
Sthira | Ubhaya | Dīrgha |
Sthira | Cara | Madhya |
Sthira | Sthira | Alpa |
Ubhaya | Sthira | Dīrgha |
Ubhaya | Ubhaya | Madhya |
Ubhaya | Chara | Alpa |
Śloka 15 – A vida do nativo pode ser pronunciada como dīrghāyuḥ (vida longa), madhyamāyuḥ (vida média) ou alpāyuḥ (vida curta), conforme os benéficos e o Senhor do Lagna estiverem todos posicionados, respectivamente, em Kendra-s (1º, 4º, 7º, 10º), Paṇaphara (2º, 5º, 8º, 11º) e Āpoklimas (3º, 6º, 9º, 12º). Se o Senhor do 8º Bhāva e os maléficos ocuparem semelhantes posições, o inverso deve ser predito.
Śloka 16 – Se o Senhor da Rāśi Lagna e o Senhor do Navāṁśa Lagna estiverem mais fortes do que os Senhores do 8º Bhāva, contados um do outro, o nativo terá vida longa. O mesmo critério deve ser observado em relação ao Senhor da Rāśi ocupada por Candra, ou ao Senhor do Navāṁśa de Candra. Se o contrário for verdadeiro, o resultado será inverso.
Śloka 17 – Se o Senhor do 8º Bhāva, possuindo mais força do que o Senhor do Lagna, ocupar um Kendra, e se maléficos estiverem posicionados no 8º e no 12º Bhāvas, a vida do nativo será curta. Contudo, ele pode ter uma vida média ou mesmo alcançar longevidade plena, embora vivenciando alternâncias entre felicidade e sofrimento.
Śloka 19 – Se o Senhor do Lagna estiver associado com um maléfico, eclipsado pelos raios de Sūrya, ou estiver em nīca bāla (depressão), ou em śatru Rāśi (signo inimigo), o falecimento do nativo deve ser predito quando esse mesmo Senhor, em trânsito, ocupar qualquer um dos Dusthāna Bhāvas (6º, 8º, 12º), o próprio Lagna, ou estiver de alguma forma relacionado a ele. O mesmo julgamento pode ser feito com base no Navāṁśa Lagna, no Dreṣkāṇa Lagna ou na Rāśi Lagna ocupada por Candra.
Śloka 20 – Se os seguintes três planetas — ou seja, Candra, o Senhor da Rāśi ocupada por ela, e o Senhor do Lagna — estiverem todos bem colocados, por associação ou aspecto com planetas benéficos, e possuírem múltiplos pontos de força (bala), esse momento deve ser declarado como extremamente auspicioso e favorável ao nativo em questão.
Śloka 21 – O Senhor da Rāśi ascendente, estando dotado de grande força, não sendo aspectado por maléficos, mas recebendo o aspecto de benéficos, e ocupando um Kendra, protege o nativo da morte e assegura-lhe vida longa, acompanhada de virtudes, e o torna um homem de destaque, ou mesmo um soberano poderoso (rājān).
Śloka 22 – Se Bṛhaspati, o guru dos Devas, brilhando com seus próprios raios e possuidor de força inigualável, estiver posicionado no Lagna, ele sozinho é capaz de proteger o nativo de muitos males que, de outro modo, seriam difíceis de superar — especialmente se for feita uma saudação humilde e sincera ao Senhor Viṣṇu.
Śloka 23 – Candra crescente (śukla pakṣa), se estiver posicionado em um Trikoṇa Bhāva (1º, 5º ou 9º), no 11º Bhāva ou em um Kendra (1º, 4º, 7º ou 10º), em relação ao Lagna, e ao mesmo tempo em uma Rāśi ou Navāṁśa pertencente a Sūrya, Candra ou Bṛhaspati, leva o nativo à realização diária de ações meritórias (puṇyakarma) e protege completamente de todos os males.
Śloka 24 – Se, em uma natividade, não houver maléficos nos seguintes Bhāvas: 1º, 4º, 5º, 7º, 8º, 9º e 10º; e se o Senhor do Lagna e Bṛhaspati ocuparem um Kendra, o nativo realizará muitos atos virtuosos, desfrutará de todos os confortos e viverá por cem anos, livre de doenças.
Śloka 25 – Através das Daśās anunciadas por Śrīpati, pelo sistema de Aṣṭakavarga, pelo Kālacakra Daśā e pelas Uḍu Daśās, um homem sábio deve predizer a longevidade (āyus) do nativo com base na aplicação correta das regras apropriadas, fazendo uso de cálculos planetários precisos e de uma análise cuidadosa e minuciosa.
Assim termina o 13º Adhyāya sobre “Duração da Vida” no trabalho Phaladīpikā, composto por Mantreśvara.
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